Teses


Imagens da Escravidão - Uma Leitura de Escritos Políticos e Ficcionais de José de Alencar
Hebe Cristina da Silva

Orientadora: Profa. Dra. Márcia Abreu.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Teoria e História Literária.

Resumo:

A presente dissertação analisa as imagens de escravidão em O Tronco do Ipê (1871) e Til (1872), dois romances de José de Alencar. Essas obras foram publicadas em um momento em que, no plano político, as discussões acerca do chamado “elemento servil” aqueciam a nação e, no plano literário, discutia-se a criação de uma literatura genuinamente brasileira. José de Alencar, como político e como literato, participou ativamente dessas discussões e registrou suas opiniões tanto em textos políticos e críticos quanto em romances.

A dissertação analisa o diálogo entre as convicções do político acerca da chamada “questão servil” e a prática do romancista no tratamento dispensado aos escravos e à escravidão no romance, gênero que, para ele, devia constituir uma “fotografia da sociedade”.

Summary:

This thesis analyses the images of slavery in O Tronco do Ipê (1871) and Til (1872), two novels written by José de Alencar. These books were published in a political age full of discussion about the slavery. In the literature, people discussed about the creation of a genuine Brazilian literature. José de Alencar, who was politician na writer, took part in all that discussions and registered his opinions in political and critical texts, in addition to novels.

The thesis analyses the dialog between the ideas of the politician about the abolition and the experience of the novelist in the treatment of the slaves and the slavery in the novel, a gender that, in his mind, should make up a “picture of the society”.

 

ÍNDICE

Leia a dissertação completa na Biblioteca Digital da UNICAMP.
INTRODUÇÃO
01
CAPÍTULO I - "Elemento Servil" no Brasil do XIX
03
1.1. Um país independente e dependente do escravismo?
03
1.2. Política e "elemento servil" em Alencar: emancipação pela iniciativa privada
25
1.2.1. O político José de Alencar
24
1.2.2. Propostas alencarianas para a "reforma servil"
34
1.2.2.1. Idéias políticas de Erasmo - uma análise da escravidão
34
1.2.2.2. Propostas do político Alencar para a "reforma servil"
41

CAPÍTULO II - Romantismo brasileiro e a eleição de elementos para composição de uma literatura nacional.

55
2.1. Romantismo e missão patriótica
55
2.2. Contribuição estrangeira para a definição da literatura nacional
60
2.3. A literatura nacional definida pelos brasileiros
69
2.3.1. Os Primeiros Românticos
69
2.3.2. Românticos Brasileiros da Segunda Metade do XIX
78
2.4. Alencar e a literatura nacional - a eleição do romance
93
2.4.1. O Romance no Brasil - a dupla tarefa de Alencar
96
2.4.2. Alencar e a literatura nacional - como e porque o romance
102
2.4.3. O Projeto Literário de Alencar: inclusão da "cor local" nos romances
107
CAPÍTULO III - A escravidão em romances de José de Alencar
125
3.1. A escravidão em O Tronco do Ipê
125
3.1.1. Os elementos nacionais em O Tronco do Ipê
126
3.1.2. A sociedade brasileira de meados do XIX em O Tronco do Ipê
131
3.1.3. Senhores e escravos em O Tronco do Ipê
142
3.2. A escravidão em Til
158
3.2.1. Elementos nacionais em Til
159
3.2.2. A sociedade de Til
162
3.2.3. Senhores e escravos em Til
165
3.3. Considerações acerca da recepção O Tronco do Ipê e Til
174
CONSIDERAÇÕES FINAIS - Política e romance: a intervenção de Alencar na "reforma servil"
181
BIBLIOGRAFIA
187
ANEXOS
199
1. Textos Críticos Oitocentistas acerca de José de Alencar
201
1.1. Textos críticos que abordam romances específicos de José de Alencar
203
1.2. Textos que abordam José de Alencar e sua produção ficcional como um todo
233
1.3. Textos portugueses oitocentistas sobre José de Alencar
249
2. Textos não ficcionais de José de Alencar acerca de política e escravidão
265
2.1. Ao Imperador - Novas Cartas Políticas de Erasmo (1867)
267
2.2. Editoriais do Dezesseis de Julho - órgão conservador (1870)
299
2.3. Discurso proferido na Câmara dos Deputados em 07 de Julho de 1870 - apresentação do projeto para encaminhamento da "questão sevil"
307